Assim como em tecnologia da informação e construção civil, o segmento
de contabilidade também tem enfrentado dificuldade quando o assunto é
mão de obra especializada. De acordo com Luiz Fernando Nóbrega,
presidente do Conselho Regional de Contabilidade (CRC), o retorno do exame de suficiência e os novos cursos para contabilistas trarão ao mercado profissionais mais preparados para atuação.
“Voltamos com o exame no ano passado e tivemos no primeiro exame —que
é semelhante ao dado pela Ordem dos Advogados do Brasil —aprovação na
casa dos 30%, no segundo teste o índice foi de 50% isso mostra que há
uma melhora gradual no perfil do aluno que entra no mercado”, diz.
Nóbrega disse ainda que o exame tem a função de forçar toda a cadeia
do setor, e nivelá-la por cima. “As universidades precisam se adequar a
nova realidade do segmento, os alunos precisam saber que é necessário
dedicação para poder exercer a profissão a empresa fica mais segura
sobre quem está contratando”, disse.
Ele afirma que a necessidade de mais mão de obra especializada
acontece pelo crescimento acelerado do setor, que segue a cima do
crescimento da economia. “As empresas às vezes precisam contratar
profissionais de outras áreas e depois tentar trazê-los para a
contabilidade porque há poucos profissionais no mercado.”
Nóbrega lembra que alunos de cursos de Administração, Direito e
Comércio Exterior são alguns dos exemplos. “Temos casos de estudantes
que começam em outras áreas e depois passam para contabilidade por ser
uma área em constante crescimento.” Quem precisou ampliar o leque de
opção de profissionais para crescer foi o sócio da Ardana & Netto,
que passou a contratar profissionais de outras áreas e oferecer cursos
de contabilidade.
“Ano passado já esbarramos em muitas dificuldades para encontrar
contadores de perfil mais jovem, ideal para o nosso foco de trabalho”,
disse. “A solução encontrada”, explica o executivo, “foi contratar
profissionais de áreas similares, como a de administração de empresas e
ciências atuariais, e oferecer cursos técnicos no setor contábil.
Hoje a empresa conta com 30 funcionários, sete dos quais não são contadores.
Perfil
O perfil do contador brasileiro tem mudado muito nos últimos anos, a
explicação, segundo Nóbrega está ligada diretamente aos jovens que
chegaram ao mercado de trabalho e trazem novas idéias para dentro dos
escritórios. “Falamos agora de um publico mais jovem e mais antenado,
mais atento às necessidades de mudanças e aos novos rumos do setor”,
diz.
E o perfil do aluno que vai para a universidade também é diferente.
“Falamos de uma classe que, muitas vezes, vai iniciar a faculdade já
trabalhando no ramo, já em contato com a profissão”. Isso, de acordo com
ele, representa um perfil diferenciado, inclusive, para os cursos. “De
fato podemos pensar em cursos de contabilidade que sejam feitos em
Ensino à Distância (EAD) porque falamos de alunos que já estão no
mercado de trabalho, e encontram no EAD uma forma pratica e eficaz de
conseguir uma graduação e se preparar ainda melhor para o mercado”,
disse Nóbrega.
Paula cristina
Fonte: DCI – SP via Fenacon
http://www.robertodiasduarte.com.br/a-falta-de-mao-de-obra-tambem-e-desafio-no-setor-contabil/
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