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segunda-feira, 9 de abril de 2012

IFRS: Exemplo prático sobre a aplicação da IAS 36 – Redução ao valor recuperável

O post dessa semana trata de uma aplicação da IAS 36 em relação à apuração de perdas decorrentes de redução ao valor recuperável de ativos.

Em 1º de janeiro de 2009, Alpha adquire uma operadora de balsas que ligam o continente a uma ilha turística.  A posição financeira da operadora a valor justo da operadora em 1º de janeiro de 2009 é:

Goodwill 500
Licença de operação 1.500
Propriedade 500
Balsas 1.000
Motores (2) 1.000
   
Valor da compra 4.500

A operação é por 5 anos sendo renovável e transferível. A licença foi renovada na mesma data da aquisição e está registrada pelo custo (R$ 1,5 milhões).  O valor justo da propriedade e das balsas é baseado no custo de reposição, e os motores no valor justo menos custo de venda

Em 1º de novembro de 2009, o motor de uma das balsas fundiu e não tem conserto. Devido a sua idade, um motor para reposição não pode ser obtido. A capacidade de passageiros foi reduzida e o valor em uso da operadora foi reduzido para R$ 3,3 milhões.

Mesmo com a capacidade reduzida o número de passageiros se mostrou inferior ao esperado, e a administração entende que a redução no número de passageiros reflete o medo dos passageiros de novos acidentes. O valor em uso é agora em 31 de dezembro estimado em R$ 2,8 milhões. Em 31 de dezembro Alpha recebe uma oferta de R$ 1,2 milhão pela licença. Ignore qualquer depreciação/amortização

Como devemos reconhecer a perda por impairment???
Nesse caso, segundo a IAS 36, uma perda por desvalorização econômica (impairment loss) em uma unidade geradora de caixa deve ser alocada na seguinte ordem:

1º   Goodwill;

2º   Ativos com perda identificável;

3º   Proporcionalmente (baseado no valor contábil) para os outros ativos.

O valor contábil de um ativo individual não poderá ser reduzido ao menor valor entre:
  • Seu valor justo menos custos para vender;
  • Seu valor em uso (se for possível calcular separadamente); e
  • Zero
Primeira desvalorização de R$1,2 milhões (R$ 4,5 milhões – R$ 3,3 milhões)
  • O valor contábil dos motores deve ser baixado em R$ 500 mil, uma vez que este não vai mais gerar benefício econômico.
  • O goodwill de R$ 500 mil deve ser baixado.
  • Os R$ 200 mil restantes devem ser alocados entre os ativos proporcionalmente, menos o motor que já está pelo seu valor de venda líquido de R$ 500 mil.
Segunda desvalorização de R$ 500 mil (R$ 3,3 milhões – R$ 2,8 milhões)
  • Inicialmente uma perda de R$ 200 mil deve ser creditada contra o valor da licença para refletir o valor de venda líquido.
  • Os R$ 300 mil restantes devem ser alocados entre os outros ativos proporcionalmente.
Fonte: http://ifrsbrasil.wordpress.com/2012/03/21/exemplo-pratico-sobre-a-aplicacao-da-ias-36-reducao-ao-valor-recuperavel/

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