O Lucro Real para algumas empresas é
obrigatório e para as outras que não estão obrigadas pela referida
tributação pode representar economia de tributos. A opção pelo lucro
real pressupõe contabilidade em dia, conciliada e com composição de
saldo das contas.
Para optar pelo lucro real a empresa deverá manter sua escrita contábil
em dia e conciliada, não basta apenas que a documentação esteja lançada
na contabilidade, mas que os saldos das contas contábeis estejam
conferidos e conciliados de forma que o setor contábil tenha a
composição dos saldos constantes no balanço contábil.
Ao fazer a conciliação das contas patrimoniais e de resultado, o
Contabilista deverá atentar para diversos itens de conciliação, a título
de exemplo:
a) A conta de duplicatas a receber deve estar conciliada com o
relatório de contas a receber. O Contabilista a cada período ou
fechamento de balanço deverá solicitar ao financeiro da empresa a
posição das duplicatas a receber naquela data, esse procedimento evita
erros contábeis, por exemplo o lançamento a maior de Receitas que
proporciona o pagamento a maior de tributos (PIS, COFINS, IRPJ, CSSL,
ICMS, Simples e outros);
b) A conta de estoque deve estar conferindo obrigatoriamente com o
total da posição do Inventário a cada trimestre (Lucro Real Trimestral)
ou fechamento anual do balanço (Lucro Real Anual, Lucro Presumido e
Simples), se e a empresa apura o Imposto de Renda anual com suspensão
ou redução, mês a mês deve manter um relatório de estoque não sendo
necessário o registro no Livro de Inventário. O Contabilista deve
atentar para o preço unitário de cada mercadoria ou produto, podendo
avaliar as mercadorias compradas para revenda pelo valor das últimas
aquisições menos o ICMS. No caso de fabricação de produtos a
matéria-prima pode ser avaliada pelo preço das últimas aquisições menos o
ICMS e IPI, os produtos acabados avaliados por 70% do maior preço de
venda (sem deduzir o ICMS) e os produtos em elaboração avaliados por 56%
do maior preço de venda (sem deduzir o ICMS);
c) Se houver investimentos em coligadas ou controladas verificar se
estão avaliados pelo método da equivalência patrimonial e quando
estiverem solicitar balanço a essas empresas para efetuar os lançamentos
contábeis, lembrando que sobre o resultado positivo da equivalência
patrimonial não incide tributação (IRPJ, CSSL, PIS, COFINS) e no caso de
resultado negativo são indedutíveis para fins de IRPJ e CSSL;
d) As contas do Imobilizado e Intangível devem estar de acordo com os
controles patrimoniais da empresa, caso não existam o Contabilista
deverá manter planilha comprovando as despesas de depreciação e
amortização contabilizadas, bem como, através de visualização do Razão
Contábil verificar se estão corretos os lançamentos de aquisição do
imobilizado e se nas vendas foram baixadas as depreciações e o custo
contábil dos bens vendidos;
e) Os tributos a pagar em dia devem conferir com o pagamento no mês
seguinte, os tributos a pagar em atraso devem ser relacionados em
planilhas a parte para contabilização dos juros e multas e posterior
conferência com os saldos contábeis;
f) Empréstimos e financiamentos devem ser conciliados com o contrato
objetivando a contabilização dos juros e das atualizações pelo período
de competência;
g) As receitas devem ser conciliadas com o livro de apuração do ICMS,
IPI ou do ISS, para evitar lançamentos a maior ou a menor, com
consequências tributárias. Até porque em uma fiscalização o fiscal tem o
direito de exigir tais livros e;
h) As despesas devem ser consistentes com relação à documentação
suporte e à atividade da empresa, é importante que o Contabilista
visualize, através do Razão Contábil, se não há distorções nos
lançamentos contábeis das despesas ou classificação indevida.
Para fins de gerenciamento tributário um balancete bem preparado é
essencial acompanhar, mês a mês, a situação do resultado tributável e
sua projeção até o final do ano. Essa análise propiciará ao
Contabilista, dentro o período-calendário, tomar providências reduzir o
pagamento do IRPJ e da CSSL, porém se não efetuar o acompanhamento, após
o término do ano, restarão poucas alternativas visando economia
tributária.
Uma análise detalhada no fechamento dos balancetes mensais e no balanço
anual propiciará economia de IRPJ e CSSL para empresa, pois cada
lançamento contábil tem uma consequência tributária a favor ou contra a
empresa. Nos próximos itens relacionamos alguns pontos que visam a
economia de tributos incidentes sobre o lucro, com base na contabilidade
da empresa.
Fonte: Blog Guia Tributário
http://contabilidadenatv.blogspot.com.br/2013/01/a-contabilidade-como-ferramenta.html
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