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sexta-feira, 10 de junho de 2011

IFRS - Painel Aborda a "1a. Safra das Demonstrações Financeiras"

Uma análise dos resultados da Primeira Safra das Demonstrações Financeiras realizada por especialistas da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV-EAESP), da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), da Petrobras e do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) mostrou os efeitos da adoção das normas Internacionais no Brasil, encerrando o primeiro dia da Conferência Brasileira de Contabilidade e Auditoria Independente – Ibracon 40 Anos.
O painel contou com a participação do gerente de Normas Contábeis da CVM, José Carlos Bezerra da Silva; da professora da FGV-EAESP, Edilene Santana Santos; do coordenador Técnico do CPC, Edison Arisa; e da gerente da Contabilidade Central da Petrobrás, Maria Angélica Ferreira da Silva, tendo como moderador Danilo Siman Simões, diretor de Administração e Finanças da Diretoria Nacional do Ibracon.
Edilene Santos destacou que era previsto que nos primeiros balanços de cada fase houvesse impactos significativos, em razão das mudanças reais no desempenho e das diferenças de normas. Lembrou que estudos internacionais mostram que tradição contábil latina tende a mensurar lucros menores que a tradição anglo-americana. A aplicação das IFRSs em outros países, em especial na Europa continental havia promovido um aumento na apuração dos lucros e isso também era esperado no Brasil.
A pesquisa da FGV-EAESP mostrou que entre as empresas que adotaram a IFRS houve um aumento de 8% no lucro de 2007 e queda de 7% no lucro de 2008. Porém a queda é apontada como causa da crise econômica global. Para as empresas que anteciparam a aplicação das IFRS de maneira integral em 2009 o resultado final apontou para um aumento significativo, considerado até surpreendente no Patrimônio Líquido. 45% das empresas tiveram aumento de aproximadamente 10%, enquanto apenas 3% tiveram queda de aproximadamente 10%. Em relação ao Lucro Líquido, 35% das empresas tiveram aumento de aproximadamente 10%, enquanto 18% das empresas tiveram queda de aproximadamente 10%.
Angélica Ferreira contou a experiência da Petrobras na adoção das IFRS. Destacou que o trabalho vem sendo grande e os responsáveis estão buscando a formação de seus funcionários junto a várias entidades, inclusive o Ibracon, para que o trabalho seja bem estruturado. Para ela, a adoção das IFRS é importante para a companhia, que tem atuação internacional, pois gera a possibilidade de comparativos com outras empresas do setor.
José Carlos disse que a CVM tinha algumas expectativas em relação à adoção, como a possibilidade de divergências de julgamento entre administração e auditores; o que acabou não ocorrendo. Para ele, a movimentação da adoção está sendo relativamente tranquila e sem muitas dificuldades.
Edison Arisa destacou o papel do CPC na convergência das Normas Brasileiras de Contabilidade às Normas Internacionais de Contabilidade. Além da emissão dos pronunciamentos, o comitê teve o papel de dar suporte ao processo, promovendo as discussões necessárias com vários agentes do mercado.

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