... E O SOPRO DIVINO DO DEUS FISCO DEU VIDA AO SPED.
Passou-me pela mente hoje o
filosófico ditado: “Para quem sabe ler um pingo é letra...”. É que
nesta semana apresentei um seminário para alunos de contabilidade de uma
universidade e a professora que nos convidou pontuou o seminário com a
seguinte proposição:
“- O balanço contábil de uma empresa é um ente vivo e fala através dos seus números para qualquer um que saiba sua linguagem.”
Penso que o SPED deveria ser rebatizado complicadamente de “EDVGFGI
– Entidade Digital Viva de Gestão Fiscal Governamental Integrada”, pois
contempla variadas ações fiscais integradas com municípios, estados e
federação fechando o cerco sobre a sonegação fiscal e variados processos
de corrupção política.
O SPED tem vida digital autônoma. Todas as nuances e peculiaridades
da empresa que o gerou ficam registradas e falam tudo para os auditores
fiscais e profissionais afins que entendem sua linguagem.
Nestes últimos 20 anos atuando como consultor de TI e área
tributária, tenho acompanhado variadas ações administrativas e fiscais
de empresários e contadores. Algumas corretas e coerentes e outras
verdadeiras bombas de efeito retardado. O contador ou o profissional de
TI até alertam o empresário sobre os riscos corridos, mas não decidem
pelo mesmo. São quase sempre interpretados com “catastrofistas” ou
“burocráticos”.
Atentem ao fato de ações acima terem sido pontuadas como “bombas fiscais de efeito retardado”.
O fato é que o problema somente se apresenta no dia em que o fiscal
chega à empresa, audita as contas fiscais e apresenta seu “diagnóstico atômico”
solicitando maiores esclarecimentos do contribuinte. Não raro jogando
aquela última pá de cal sobre o cadáver da empresa já moribunda.
Tenho presenciado o fato ocorrer tanto por causa do desconhecimento
das regras tributárias vigentes quanto por problemas de sonegação
fiscal, intencional ou não.
Relevante hoje é o fato de o fiscal não ter mais o trabalho de
antigamente. Basta o mesmo se aproximar de qualquer computador plugado
na nuvem da internet e perguntar mais ou menos assim para o mesmo:
- SPED, SPED meu, você pode auditar tal empresa melhor do que eu?....
Três “trilhosentezimos” de segundos depois o SPED fala e mostra na tela todas as informações solicitadas.
Neste ponto o arauto fiscal solicita:
Pronto, está feito! Cinco “trilhosentezimos” de segundos depois o
contribuinte recebe a intimação pelo email para explicar o que o SPED
falou.
As ações mais comuns que temos visto o SPED soltar o verbo são:
- Caixa credor na contabilidade (A empresa paga mais do que fatura).
- Estoques com saldos furados. (Saldo anterior + Compras – Vendas = ????).
- Valores de Cartões de crédito muito maiores que o faturamento da empresa.
No quesito estoques a empresa apresenta ao fisco o inventario das
mercadorias contadas no final do exercício se esquecendo que o fisco tem
em mãos a maior parte das informações sobre as compras e vendas da
empresa. Seja através do SINTEGRA ou seja através do SPED, aqui
rebatizado de “EDVGFGI”.
Cabe lembrar que o SPED não é somente a escrituração fiscal digital e sim Entidade Digital Viva de Gestão Fiscal Governamental Integrada iniciada a mais de 5 anos atrás com os projetos:
Neste período muitos sistemas ERP se tornaram bastante complexos
para se adaptar a estas mudanças. Muitos empresários trocaram seus
sistemas por projetos mais "simples e mais práticos" e hoje estão tendo
que rever sua decisão e optar pelos sistemas complexos e totalmente
integrados.
É importante notar que todos os projetos fiscais acima falam a
mesma linguagem digital/matemática e as secretarias de fazenda estão
preparando seus profissionais para entender, falar e se comunicar com
mesmos.
Se o balanço contábil já falava por si na forma impressa, aqui o
“deus fisco”, com seu sopro fiscal divino, deu vida a seus projetos e
estes, autonomamente, falam muito mais coisas sobre as entidades
empresariais de onde saíram.
Fica novamente aqui a minha velha reza: - Que os “deuses secretários das fazendas” tenham piedade dos pobres mortais empresários, TI´s e contadores não convertidos e engolidos que serão digitalmente.
Abel Costa: abelcosta@usesoft.com.br
Blog: http://www.blogdausesoft.com.br.com/
http://www.alcantara.pro.br/novo/index.php?option=com_content&view=article&id=351:sped-o-fisco-dentro-da-empresa&catid=44:sped&Itemid=144
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