por Paola Lima | AGÊNCIA SENADO
O Senado aprovou nesta terça-feira (8) o Projeto de Lei de Conversão (PLV) 18/2012, decorrente da Medida Provisória 563/2012,
que, entre outros assuntos, concede isenção tributária a diversos
produtos, estabelece regimes fiscais diferenciados e desonera a folha de
pagamentos de alguns setores, como forma de incentivar o crescimento da
economia.
O PLV 18/2012 e o PLV 19/2012, também aprovado nesta terça, integram o Plano Brasil Maior. O relator do projeto foi o senador Romero Jucá (PMDB-RR).
O texto original encaminhado ao Congresso pelo Executivo beneficiava
com desoneração da folha de pagamento de vários setores, como o
hoteleiro, moveleiro, de autopeças, naval, aéreo, de empresas de call center e de projetos de circuitos integrados (chips).
Durante análise da matéria pela comissão mista, o benefício foi
estendido a empresas de transporte de carga e de passageiros
(rodoviário, marítimo e aéreo), fabricantes de brinquedos (bonecos,
triciclos, trens elétricos, musicais), fornecedores de pedras (granitos e
mármores), e parte do agronegócio (carnes, soja, milho).
Para fazer jus à desoneração de folha de pagamentos, as empresas
devem recolher uma alíquota unificada, de 1% a 2%, incidente sobre sua
receita bruta mensal. A alíquota unifica impostos e contribuições como IRPJ, PIS/Pasep, CSLL e Cofins. Setores já citados no texto original da MP contam com a redução desde o dia 1º de agosto. Para os setores incluídos no PLV 18/2012, a mudança passa a valer a partir de 1º de janeiro de 2013.
A comissão mista propôs também a criação de incentivos à produção de biodiesel.
Para reduzir o preço do produto, o PLV 18/2012
alivia a carga tributária que incide sobre a matéria prima usada na
fabricação do combustível. Também terão redução de tributos as
construtoras brasileiras que atuam no exterior. Para os senadores Sérgio
Souza (PMDB-PR) e Ricardo Ferraço (PMDB-ES), o PLV desafoga os setores
produtivos, permitindo que cresçam e se mantenham ativos, gerando
empregos e oportunidades para o país.
Cesta básica
Durante a votação do projeto na Câmara dos Deputados, foi aprovada
emenda, apresentada pelo PSDB, que garante isenção total do Imposto
sobre Produtos Industrializados (IPI) e das contribuições PIS e Cofins
aos produtos que compõem a cesta básica. A medida foi amplamente
elogiada no Plenário do Senado. Os senadores do PSDB aproveitaram para
reforçar o pedido para que a presidente Dilma Rousseff não vete este
artigo.
Apesar da contribuição ao PLV, os senadores do PSDB tentaram, sem
sucesso, rejeitar um dos artigos do texto. O artigo 73 altera a Lei de
Licitações (Lei 8.666/1993) para permitir a dispensa de licitação pela
direção do Sistema Único de Saúde (SUS), em caso de “transferência de
tecnologia de produtos estratégicos”. Os senadores da oposição
argumentaram que, depois de flexibilizar as regras de licitação para
obras da Copa do Mundo e das Olimpíadas e das obras do PAC, o governo
agora, por meio da medida, flexibiliza também o processo licitatório
para contratos na Saúde.
- No andar dessa carruagem, vamos acabar por aceitar a mudança da Lei
das Licitações aos pedacinhos, aos pouquinhos por medida provisória –
criticou o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP).
O pedido de destaque do trecho do projeto, no entanto, foi derrubado em Plenário pela maioria dos senadores.
Banda Larga
O PLV 18/2012
tratou também de telecomunicações. Em seu artigo 28, o projeto cria o
Regime Especial de Tributação do Programa Nacional de Banda Larga para
Implantação de Redes de Telecomunicação, com vantagens para projetos de
implantação, ampliação e modernização das redes de telecomunicação que
suportam acesso à internet em banda larga. A intenção é priorizar e atender principalmente regiões menos estruturadas como Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Para ampliar o acesso à banda larga nas áreas rurais, o PLV trouxe isenções tributárias e de taxas de fiscalização para prestadoras de serviços de telecomunicações que atuam na área rural.
Já emenda aprovada pela Câmara incluiu no PLV artigo alterando a Lei do Bem (Lei 11.196/2005), que traz incentivos fiscais para informática, para estender a notebooks e computadores fabricados no Brasil a mesma isenção de PIS/Pasep e Cofins prevista na lei para tablets nacionais.
Sudene e Sudam
O texto aprovado pelos senadores nesta terça-feira (8) também
prorroga, por mais cinco anos, os incentivos fiscais de imposto de renda
da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e da
Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). Segundo Romero
Jucá, esse foi um mecanismo importante porque os incentivos venceriam no
próximo ano o que geraria incerteza jurídica sobre novos projetos de
incentivo e de investimento para as regiões.
Fonte: Agência Senado via http://www.robertodiasduarte.com.br/index.php/senado-aprova-mp-que-desonera-folhas-de-pagamentos/
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